Esperei o desfecho do caso Uniban para me manifestar sobre o ocorrido. A questão que envolve o quase estupro coletivo de Geisy Arruda na instituição de ensino por causa de um vestido curto e com cor chamativa e a consequente expulsão (que depois de muitos protesto foi revogada) da aluna, nos obriga a refletir sobre um assunto muito mais profundo que o machismo, o preconceito contra as mulheres, a falta de educação e respeito dos homens em relação ao sexo feminino e o machismo legislado nas instituições. Infelizmente o ponto mais degradante de todo esse escândalo é a vulgarização de um assunto tão sério e que precisa ser discutido com mais atenção neste país. Mas o que é a vulgarização do caso Geisy/Uniban? A famosa mania de transformar personagens femininas envolvidas em casos de preconceito explícito e velado em mercadoria. E o pior, elas sucumbirem a tais apelos. A estudante de turismo recebeu dois convites para posar nua (ela ainda não se pronunciou), outro (já aceito, diga-se de passagem) para estrelar um comercial de lingerie, além de desfile em escola de samba e um convite para estrelar um filme pornô. Nada contra, porém se Geisy aceitar alguns destes trabalhos, rapidamente ela sairá do posto de vítima para o de celebridade. E como estudante universitária, privilegiada por estar entre pouco mais de 19% de jovens no ensino superior, a moça deveria aproveitar a situação para estimular e participar ativamente da discussão do preconceito institucionalizado contra nós mulheres. Não é falta de respeito algum, ser bonita, ter um corpo bacana, ser sensual e frequentar a sala de aula. Se um vestido não é figurino para ir a faculdade, me desculpem, porém aqueles rapazes educados que aparecem no vídeo e que, estão em sua maioria de calção de surfista, boné e chinelos de dedo também não estão bem trajados para assistir aula. Aliás, qual foi a punição que eles receberam mesmo? Mas acho que o escândalo infelizmente parou por aí. Antes mesmo de eu pensar em escrever este texto Geisy virou celebridade e o debate está arquivado. O Brasil é o país da mulata semi-nua no carnaval, do fio dental nas praias e de personagens como a Tiazinha e a Feiticeira. O país também tem a fama batida de ser a nação da pizza. Agora a moda é encerrar polêmicas com uma mulher semi ou completamente nua em um ensaio erótico. Aff!
E diga-se de passagem: Vestido rosa choque, de malha vagabunda e transparente... Que mau gosto, hein?
0 comentários:
Postar um comentário